domingo, 15 de maio de 2011

O templo Meenakshi de Madurai

A cidade de Madurai foi a última paragem antes de deixar o estado de Tamil Nadu, rumo ao vizinho estado de Kerala. Madurai é uma das cidades mais antigas do sul da Índia e é interessante verificar que o seu perfil urbano ainda não sofreu grandes alterações, já que o único edifício que se destaca na paisagem é o templo Meenakshi, ou melhor as quatro enormes torres (gopurams) que marcam as quatro entradas - alinhadas com os quatro pontos cardeais -, a mais alta das quais mede cerca de 50m. Construído no início do século 17, este templo é dedicado a Shiva e a sua mulher Parvati, aqui chamada Meenakshi. Situado na parte antiga de Madurai, é um enorme complexo arquitectónico, com inúmeras salas e corredores, no meio dos quais existem pátios, um enorme tanque (presente em todos os templos hindus) e com zonas de lojas onde se vende toda a espécie de artefactos ligados ao culto. Lá dentro, os crentes vão andando de um lado para o outro, num movimento constante, parando junto das imagens dos deuses, frequentemente colocados dentro de pequenas salas, semelhantes às capelas e altares laterais dentro das igrejas católicas. Por vezes, as imagens de culto são estátuas que decoram os pilares. Em todas elas, cobrindo-as, há uma espécie de pó, sagrado, vermelho e branco, que os crentes colocam na testa. É curiso verificar como não obstante não existir propriamente um ambiente de silêncio, propício ao recolhimento, se observem homens e mulheres completamente absortos nas suas preces. Antes desta viagem nunca tinha entrado num templo hindu e confesso que fiquei impressionada. Pelo colorido, claro, mas sobretudo porque todos os templos são mais do que lugares de oração: são também espaços de lazer e de convívio, onde as famílias se sentam no chão partilhando refeições e conversas e onde as crianças brincam. São também abertos também aos não-crentes sem grandes restrições. Claro que a câmara onde se encontra a imagem sagrada do deus - invariavelmente Shiva - é apenas reservada aos hindus, mas, de resto, desde que deixemos os sapatos na "sapataria" da entrada, mesmo os estrangeiros podem entrar. E foi uma experiência inesquecível.
Pormenor importante: em todos eles para fotografar é necessário pagar à entrada; apenas num não foi de todo permitido fazê-lo.

3 comentários:

  1. Ana Barata guia turística, fotografa, viajante, etnógrafa...
    começas a fazer inveja à Anita...
    (isto é a inveja a falar, claro)
    e é verdade, o blogger comeu-me um comentário lá de baixo, o grande sacana.

    bêjos

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  2. as tuas palavras guiam-nos tornando tudo mais interessante. obrigado Ana.

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  3. fogo, Ana, tenho os olhinhos a brilhar...

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