quarta-feira, 20 de agosto de 2008

A propósito dos Jogos Olímpicos de Beijing

Em Agosto de 2006 passei alguns dias na capital chinesa. Beijing estava já em contagem decrescente para acolher o maior evento desportivo dos tempos modernos. Por todo o lado era possível perceber as enormes mutações urbanísticas e arquitectónicas por que a capital chinesa estava a ser sujeita. Enormes e violentas. Impressionava a dimensão da destruição de largas partes da cidade: os velhos bairros, os labirínticos hutongs eram paulatinamente arrasados para dar lugar a modernos e luxuosos condomínios, não raras vezes com a assinatura dos mais prestigiados ateliês de arquitectos ocidentais. Percebia-se também que as bicicletas já faziam parte do passado e eram poucas as que teimavam ainda em circular por entre as filas imensas e compactas de automóveis. Estas impressões constituem uma visão muito fugaz, parcial e redutora, por certo, de Beijing. As cidades para serem vividas e compreendidas necessitam de muito mais tempo. Sobretudo, se tiverem a dimensão da antiga capital da dinastia Ming.

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