Em meados de Agosto, quando os termómetros em Lisboa teimavam em não descer dos 40 graus, foi com satisfação que viajei até ao país do Ingmar e da Ingrid Bergman, da rainha Cristina e da Greta Garbo, dos Abba e do Ikea. Destino : Gotemburgo, onde sabia que não iria enfrentar mais do que uns refrescantes 23, 24 graus... O entusiasmo, confesso, não era muito, tirando a perspectiva da frescura. A cidade veio, contudo, a revelar-se uma agradável surpresa. É certo que a semana em que lá estive coincidiu com o festival internacional das artes, que se realiza anualmente e que a transforma num imenso palco ao ar livre, com concertos, espectáculos circenses, exposições a acontecerem em simultâneo. A partir do entardecer, as ruas estavam permanentemente cheias de gente animada - mais suecos do que estrangeiros -, que se deslocava entre os vários espaços e enchia esplanadas e passeios. Gotemburgo é uma cidade simpática, que se pode percorrer bem a pé (ou de bicicleta, um dos transportes mais populares por aquelas bandas), com amplos espaços verdes e com o mar mesmo ali ao lado. Não senti o fascínio e o deslumbramento que me fazem querer voltar a Istanbul uma e outra vez e que provocaram tantas imagens, mas não deixei por isso de trazer de Gotemburgo também alguns "retratos".