domingo, 25 de janeiro de 2009
Durban: as imagens possíveis (4)
Estas são realmente as poucas imagens que me foi possível captar em Durban. Apesar de ter permanecido na cidade durante uma semana, não foram muitas as oportunidades para andar pelas ruas. Desde o primeiro dia que se repetiram os avisos sobre o perigo que corria quem se arriscasse andar sozinho pela cidade. Só se devia andar de táxi - e mesmo esses tinham que ser chamados no hotel ou no centro onde decorria a conferência que me levou a estas paragens - ou nos autocarros alugados para levar e trazer os conferencistas de e para os hóteis. Foi muito frustante. Um dos prazeres maiores numa cidade que não conheço é andar pelas ruas, observando a vida local. Contrariando todos os avisos, arriscámos (as duas colegas que estavam comigo e mais um colega nosso, também português) fazer algumas deambulações por algumas ruas da cidade. Foi uma experiência interessante. Andámos por zonas em que éramos os únicos brancos. Aliás, percebemos que Durban continua a ser uma cidade onde o peso do passado recente de várias décadas de um regime de apartheid é muito forte. Talvez daqui a uma ou duas gerações o ambiente seja já diferente, mais leve, menos carregado de sentimentos fortes de ressentimento. O nosso cuidado para não termos uma postura muito "turística" anulou qualquer tentativa de captar imagens fotográficas. Ficam as que a memória gravou: os inúmeros vendedores que enchiam parte dos passeios com as mais variadas mercadorias - laranjas luzidias e geometricamente arrumadas, telefones velhos que funcionavam e onde era possível fazer chamadas (!), sapatos, roupas, ervas mais ou menos aromáticas, produtos para as mais estranhas mezinhas ... enfim, cores e cheiros novos e atraentes para quem vive desde lado do mundo.
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