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Humpá-pá o pele vermelha. Criada pela dupla Goscinny e Uderzo, no já longínquo ano de 1958, as aventuras de Humpá-pá surgiram nas páginas do Tintin português alguns anos mais tarde. E foi aí que eu as descobri e me tornei fã deste atlético, bem disposto e inteligente índio da tribo dos Savanas. As 4 aventuras publicadas (por falta de entusiasmo dos leitores, Goscinny e Uderzo não lhe deram continuação) andam à volta da chegada dos franceses ao Novo Mundo, no território que actualmente é o estado do Québec, no século 18, e do seu relacionamento com os habitantes que desde sempre viviam naquelas terras. Entre os súbitos de sua majestade, encontrava-se Humberto da Massa Folhada, fino e franzino cavaleiro que, contra todas as expectativas, vem a tornar-se grande amigo de Humpá-pá.
Vem esta recordação a propósito da viagem que no último mês de Agosto me levou a Montreal e à cidade do Quebeque, que celebra este ano os 400 anos da chegada dos franceses. Como em todas as histórias, esta chegada é para uns um acontecimento festivo, e para outros, os povos nativos, a recordação de uma colonização que lhe espoliou as suas terras ancestrais e os relegou para uma posição inferior que se mantém até hoje.